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Encontro Verde debate economia da reciclagem

Evento aconteceu na sede do PV e contou com a presença da coordenação do movimento nacional de catadores de recicláveis

A capital ecológica não existe mais – ou pelo menos não é mais Curitiba. A cidade, que na década de 90 ganhou fama internacional pela gestão ambiental, hoje enfrenta uma realidade muito diferente, sobretudo na maneira como tem tratado a reciclagem.

A vida de quem ganha o sustento na reciclagem não é fácil e os motivos são muitos. Os trabalhadores da área, que são agentes sociais e/ou prestadores de serviços ambientais, seguem enfrentando condições precárias de trabalho e pouca remuneração.

Além da categoria estar esperando há 7 anos um novo edital de cadastramento na Prefeitura, a remuneração que ela recebe está aquém da inflação, estando por anos congelada. Há ainda uma diminuição progressiva na quantidade de resíduos que chegam nas associações, o que impacta negativamente na produção dos catadores.

O resultado é trágico: o que as associações de catadores recebem como pagamento do serviço que prestam para a cidade sequer cobre o custo da operação. Na prática, os catadores, mesmo trabalhando de forma organizada, ficam reféns da insegurança social.

A própria Prefeitura confirma isso. Segundo relatório do CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, que entre outras coisas reúne serviços para pessoas em vulnerabilidade, Curitiba atendeu cerca de 15.000 famílias de catadores de recicláveis buscando ajuda para sobreviver. E enquanto essas pessoas vivem no perrengue, Curitiba estampa manchetes se dizendo a capital do desenvolvimento sustentável.

Por isso, debates como o ocorrido ontem na sede do Partido Verde são necessários. Na ocasião, Roselaine Mendes, da coordenação estadual PR do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, compartilhou com os participantes a realidade do trabalho na reciclagem, que costuma ficar por baixo dos passos. “Comecei na reciclagem quando tinha só 7 anos. Vi e vivi muita coisa. Tivemos alguns avanços sim, mas ainda temos muito para melhorar”, comenta Roselaine.

Para a vereadora Maria Leticia (PV), é preciso que a cidade repense inclusive o conceito de sustentável. “Curitiba diz que é uma cidade sustentável, mas que sustentabilidade é essa? Não é porque temos uma boa porcentagem de área verde que somos ecológicos e basta olhar para a condição desses trabalhadores da reciclagem que entendemos isso”, avisa a vereadora.

O Encontro Verde Profissão Catador: repensando a economia da reciclagem marcou a 3ª edição do programa de reuniões mensais do Partido Verde em Curitiba. Os encontros acontecem na última semana de cada mês e são abertos a filiados e ao público em geral, com entrada gratuita. O objetivo é debater temas importantes para a cidade e fomentar a participação social na construção de políticas públicas mais justas, transparentes, eficientes e coerentes com o desenvolvimento humano.

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