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Iniciativa da vereadora Maria Leticia, Tribuna Livre debateu saúde renal

Tribuna Livre, que contou com a presença de médicos da Sociedade Paranaense de Nefrologia, alertou para a importância do exame de creatinina para prevenção de doenças renais


Três pessoas posam de frente para uma foto. São dois homens e uma mulher. A mulher está no meio. Ela e o homem à sua esquerda seguram um certificado.
Tribuna Livre discutiu o exame de creatinina como ferramenta de prevenção às doenças renais. Foto: Carlos Costa/CMC

Na manhã desta quarta-feira (13), véspera do Dia Mundial do Rim, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) realizou a Tribuna Livre “Saúde dos rins e exame de creatinina para todos: por que todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”.


Proposta pela vereadora Maria Leticia (PV), a Tribuna Livre recebeu o presidente e o vice-presidente da Sociedade Paranaense de Nefrologia (SPN), os médicos Paulo Henrique Fraxino e René Santos Neto, que falaram sobre a importância do exame de creatinina para o diagnóstico e prevenção de doenças renais.


Em sua apresentação, Paulo Henrique Fraxino comentou sobre a criação do Dia Mundial do Rim, em 2006, por iniciativa da Sociedade Internacional de Nefrologia e da Federação Mundial das Fundações do Rim, que estavam preocupadas com o número crescente de portadores de doenças renais e por entender que havia grande parte da população com doença renal sem diagnóstico. A data é comemorada na segunda quinta-feira do mês de março e a campanha, atualmente, reúne mais de 160 países.


“Cerca de 850 milhões de pessoas no mundo têm algum nível de disfunção do rim e não sabem. Cerca de 20 milhões de brasileiros têm doença renal e desconhecem. No Paraná, [o número é de] 1,2 milhão de pessoas e em Curitiba, em torno de 170 mil pessoas podem ter alguma alteração da função do rim sem saber", disse Fraxino.


A estimativa, conforme dados apresentados pelo médico, é que 80% a 95% das pessoas com alguma doença renal desconheçam o diagnóstico, por se tratar de uma doença silenciosa. “É uma doença fantasma, é uma doença que, quando traz sintomas, muitas vezes, ela já evoluiu de forma bastante grave, sem a possibilidade de reversão”, alertou.


De acordo com os nefrologistas, as doenças mais incidentes e prevalentes que levam à disfunção renal são a hipertensão arterial e a diabetes. Sem o diagnóstico precoce, o paciente pode precisar de tratamento de diálise de emergência e transplante renal. Até 2030, conforme Fraxino, as doenças renais devem corresponder à quinta causa de óbitos no mundo.


Atualmente, o Brasil tem mais de 157 mil pessoas em diálise, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia. Em Curitiba são 1,6 mil pacientes realizando o tratamento.


Homem fala em um microfone, à esquerda da imagem, em uma mesa. Ao lado aparecem outros dois homens e uma mulher olhando para o que discursa.
Médico e presidente da SPN, Paulo Henrique Fraxino, apresentou dados sobre o número de pessoas afetadas por doenças renais, diagnóstico e tratamentos. Foto: Carlos Costa/CMC

Por isso, Fraxino destacou a importância do acesso ao exame de creatinina nos serviços de saúde que, por meio da coleta de sangue ou de urina, pode indicar lesões agudas ou crônicas nos rins. Esse exame proporciona um diagnóstico precoce, que pode controlar ou retardar a progressão da doença.


O médico enfatiza que o exame é barato, custando R$ 1,85 na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). "Ou seja, esse exame, se feito de forma rotineira, pode mudar a situação e os números da doença renal no país e no mundo." 


Idealmente, o exame deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano. Entretanto, segundo pesquisa publicada no Jornal Brasileiro de Nefrologia, 40% das pessoas entrevistadas nunca haviam dosado a creatinina. "Nas populações de risco, hipertensos e diabéticos, [a medição] tem que ser ao menos anual e pode ser reduzida para semestralmente ou trimestralmente de acordo com a evolução da doença renal", afirmou o médico René Santos Neto.


Durante o debate, os vereadores Sargento Tânia Guerreiro (sem partido), Sidnei Toaldo (PRD), Tico Kuzma (PSD), Rodrigo Reis (União), Professora Josete (PT), Alexandre Leprevost (Solidariedade), Marcelo Fachinello (Pode), Bruno Pessuti (Pode), Serginho do Posto (sem partido) e Marcos Vieira (PDT) elogiaram a apresentação e questionaram os médicos sobre questões como a prevenção e o tratamento das doenças renais, tipos de exames a serem realizados e a relação do sedentarismo e da alimentação com possíveis alterações das funções dos rins.


"A creatinina é o único marcador que nós temos hoje do ponto de vista científico que consegue prevenir, diagnosticar precocemente a doença renal", reforçou Neto. "É o recado que a gente quer deixar: lembrem da creatinina."


Ao encerrar a Tribuna Livre, Maria Leticia agradeceu a presença dos profissionais. "Queria dizer que continuaremos construindo essas pontes. Sejam sempre muito bem-vindos aqui."

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