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Marcha pela Diversidade pode se tornar Patrimônio Cultural e Imaterial de Curitiba

Protocolado em 25 de junho, projeto de lei da vereadora Maria Leticia (PV) argumenta que Curitiba foi precursora das marchas pelo orgulho LGBTI+


Mulher aparece de costas em cima de um palco, falando para uma multidão de pessoas. Ela veste um casaco preto e tem os cabelos escuros.
Vereadora falou sobre o projeto de lei durante a 7ª Marcha pela Diversidade de Curitiba, que ocorreu no último domingo (30). Foto: Mandato Maria Leticia

Na última terça-feira (25), a vereadora Maria Leticia (PV) protocolou o projeto de lei 005.00088.2024, que declara a Marcha pela Diversidade de Curitiba como Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade. Atualmente, o projeto está em análise pela Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal de Curitiba (CMC).


Conforme a proposta, em janeiro de 1995, mais de 500 pessoas se reuniram no centro da capital paranaense para trazer visibilidade e defender os direitos da população LGBTQIAPN+. Embora outras passeatas e protestos já tivessem ocorrido nos anos 1980 em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o primeiro evento nos moldes de uma Parada Gay teria sido o de Curitiba.


"Evidencia-se que Curitiba fez história e quebrou paradigmas, sendo protagonista pelo seu pioneirismo em idealizar a Marcha pela Diversidade", diz trecho da justificativa do projeto.


7ª Marcha pela Diversidade de Curitiba


Cerca de 50 mil pessoas se reuniram na Praça 19 de Dezembro, no último domingo (30), para participar da 7ª Marcha pela Diversidade de Curitiba.


Organizado pelo Grupo Dignidade, pela Aliança Nacional LGBTI+ e pelo Coletivo Cassia, o evento contou com mais de 100 atrações e uma homenagem a Oziel Branques dos Santos, assassinado em 16 de junho, na capital, por defender um casal de ataques homotransfóbicos.


Reforçando o tema desta edição, "Curitiba vota com orgulho", o palco principal recebeu artistas e autoridades que falaram sobre a necessidade de a comunidade LGBTQIAPN+ ter representantes em todos os espaços de poder da sociedade.


"É uma alegria ver vocês aqui e ver que, a cada ano, a Marcha pela Diversidade cresce nessa cidade que gosta de se dizer heterossexual, branca, cis e europeia", afirmou a vereadora Maria Leticia.


A parlamentar defendeu uma Curitiba mais acolhedora e menos preconceituosa, e falou sobre a resistência que enfrenta no legislativo quando tenta defender a pauta dos direitos humanos e do protagonismo de mulheres, negros e da comunidade LGBT. Ela exemplificou trazendo dois projetos protocolados pelo mandato que foram barrados pelas comissões da Câmara. Um deles incluía o uso do nome social de pessoas travestis e transexuais nos registros municipais (PL 005.00221.2019) e o outro criava cotas, em concursos públicos, para pessoas trans e travestis no serviço público municipal (PL 005.00044.2023). 


"Nós precisamos juntar essa força que vejo aqui na minha frente para construir mais caminhos políticos. É fato que a Câmara Municipal tem vários vereadores conservadores, tanto que essa semana tivemos um episódio de um parlamentar tentando tirar a iluminação da Casa em homenagem ao orgulho LGBTI+. Mas nós não permitimos que isso acontecesse. Por isso a luta precisa de muita articulação e muita força. É preciso que vocês venham junto e este ano, como é ano eleitoral, é preciso que a gente eleja pessoas que nos representam, que possam ampliar nossa voz."


A vereadora finalizou o discurso com uma novidade: "meu mandato protocolou um projeto que vai tornar a Marcha pela Diversidade Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade de Curitiba. Esse era o presente que eu queria dar para vocês hoje. Muito obrigada e contem sempre comigo", disse.


Confira o projeto na íntegra



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