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Quero falar sobre respeito

Na última semana, 4 jovens foram executados no Parolin.

Ninguém vive numa comunidade violenta, porque quer. As condições de vulnerabilidade existem, pois falta investimento em saúde, educação, moradia – direitos básicos do cidadão, perdidos num sistema econômico desigual.

O que eu não admito, como presidente da Comissão de Direitos Humanos, é que menores de idade tenham seus nomes expostos em plenário, de maneira sensacionalista – por quem muito bem sabe fazer esse papel na imprensa – desrespeitando suas famílias, que choram hoje e irão chorar pelo resto de suas vidas, pela saudade que sentem dos seus filhos. O som das balas, ecoa hoje e vai ecoar por muito tempo nos almoços de domingo, na cama vazia, no porta retrato amarelando com o tempo.

Como médica legista, faço parte da Polícia Científica. Falo com propriedade: quanto mais eu trabalho com violência, menos eu compreendo este prazer mórbido que as pessoas têm em culpabilizar, sem efetivamente ter havido qualquer comprovação.

O limite é o desrespeito. É muito fácil prejulgar, quando se está numa situação de poder, como nós estamos aqui na Câmara Municipal. Por isso faço um apelo: saiam da porta dos seus estúdios televisivos e dos portões dos seus condomínios, saiam dos seus gabinetes e olhem ao redor – a vida destas pessoas importa.


Sessão Plenária – 2 de outubro




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