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TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Estamos vivendo um momento de crise, instabilidade e receio com a chegada da pandemia de COVID-19. Curitiba tem hoje, mais de 100 casos confirmados da doença e a população precisa de providência do poder público nas mais diversas áreas.

Eu sou médica há mais de 30 anos. A saúde pública é uma preocupação central da minha atuação como vereadora. Por isso, me espanta que a Prefeitura de Curitiba tenha decidido dar continuidade ao processo de terceirização das UPAs Boa Vista, Cajuru e Sítio Cercado em meio à crise de saúde pública que estamos vivendo.

Essa situação se estende há meses. Juntamente com o Sindicato dos Médicos do Paraná, eu protocolei no Ministério Público do Trabalho um pedido de mediação nesse caso, considerando que a Prefeitura havia pedido a transferência dos profissionais de saúde dessas UPAs, desrespeitando decisão judicial que impedia essa prática. A Prefeitura atua em completo descaso com os médicos e com a Justiça do Trabalho.

Em 03 de fevereiro, por meio da Fundação Estatal de Atenção à Saúde de Curitiba, a Prefeitura pediu que fosse reagendada essa mediação que nós solicitamos, alegando que estava se preparando para enfrentar a epidemia do novo coronavírus. No entanto, nas últimas semanas, os médicos de toda a cidade relataram a falta de equipamentos de proteção individual, especialmente de máscaras, além da falta de álcool gel em diversas unidades de saúde.

O planejamento de que a prefeitura se orgulha de estar fazendo não é apenas falho. Ele é irresponsável e coloca a todos, profissionais e população, em risco. O prefeito dá entrevistas coletivas sorrindo, enquanto para nós, médicos, enfermeiros, entre tantos outros profissionais, resta torcer pelo cenário mais favorável.

Gestão pública de saúde não pode ser feita dessa forma. Não pode ser feita só na torcida.

Na segunda-feira próxima, dia 06 de abril, a Secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, estará presente na sessão virtual da Câmara de Vereadores e pretendo cobrá-la dessa conduta. Mas, para além disso, é necessário nos posicionarmos contra essa terceirização, ainda mais por estarmos em um período tão conturbado na saúde pública nacional.

A crise do coronavírus não pode ser uma porta aberta às atitudes autoritárias e irresponsáveis do Prefeito. Precisamos agir rapidamente para impedir danos maiores e irreversíveis.

Seguiremos junto ao Ministério Público do Trabalho, buscando impedir mais essa arbitrariedade da Prefeitura e lutando por aquilo que tem sido o foco da minha atuação: a saúde dos cidadãos curitibanos.



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